terça-feira, 23 de agosto de 2011

Intermitência


Nem os crepúsculos vaporosos
e as baladinhas intermináveis
 Nem o vinho fugaz
 ou os copos de aguardente.

 Quando nada ofusca a dor,
 É hora de parar
 soluçar
tomar ar
 e solitarizar.




terça-feira, 16 de agosto de 2011

Amor Habendis



Um querer-bem que não se acaba
 
Um querer-não que bate à porta
 
A porta que eu escancaro e arregaço
 
O regaço que eu ofereço e tranco
 
O pranto, o canto, o pranto

 Os olhos em flor

A vulva em cor

A dor latente

Os olhos em cor
 
A vulva latente

A dor em cor

 O amor em olhos-sollus

 O amor em vulva-ruma
 
O amor, que em ti é de mim, que em mim é de ti

 Semper Nostra



O que é de mim

Chega-te a mim em abundância
Não economizes dor, desatino ou versos
Traga-me o viço da pele e o furor dos olhos

Deturpa-me o caminhar e a dança dos dias, serei bruxa e fada tua

Ensina-me a ranger os dentes
a perder os sapatos
e esquecer de pôr a roupa íntima

Deixe que meus fluidos sequem no teu corpo

Ria dos meus excessos
Esqueça datas importantes e me dê flores em dias comuns


Não me peças que deixe o que passou
que ficou em mim, cativo

Por começo, tira-me de mim!